Revista Maitreya 049
8 tanto, resolvi continuar firmemente com meu trabalho. O grupo foi aumentando, e chegou o dia em que havia muita gente. Por aqueles di- as, disseram-me, nos mundos superiores, que o “ Movimento Gnóstico era um trem em marcha e que uns passageiros desciam em uma estação e que outros subiriam em ou- tra estação; que mais adiante desceriam ou- tros e muito mais adiante outros subriiam ”. Conclusão: era um trem em marcha, e eu era o maquinista, que ia conduzindo a locomotiva. Portanto, “ não deveria me preocupar ”. Assim o entendi e, realmente, mais tarde, o pude comprovar: uns passageiros subiam em uma estação e desciam mais adiante e, assim, su- cessivamente. Desde então, me tornei firme, vi que um se retirava e chegavam dez. “ Ora ” - disse – “ então não há por que me preocupar tanto ”. Desde aquela época, depois de um grande sofrimento por um que se retirou, aprendi que muito raro é o que chega à esta- ção final. Isso me custou bastante dor. Que hoje um irmão se retire? Boa sorte! Já não sou aquele que se enchia de terrível angústia, de- sesperado pelo irmãozinho; esses tempos já passaram. Se se retira alguém? Chegam dez, vinte.... Pois bem, quando há tanta gente, por gente não devemos brigar; isso é claro. Todos estão submetidos à Lei do Pêndulo: os que hoje se entusiasmam pela Gnose, amanhã, se desiludem. Isso é normal, pois, todos vivem dentro dessa mecânica. Aprendi, então, a ver as duas faces em cada pessoa. Caso alguém se filia à Gnose, eu o aju- do e tudo, porém estou absolutamente seguro de que esse alguém não vai permanecer conos- co toda a vida, de que esse alguém não vai chegar à estação final. Como o sei antecipada- mente, estou “ imune ”. Pus-me, exatamente, no centro do círculo mágico para ver tudo que vai passando nele: cada circunstância, cada pes- soa, cada acontecimento, cada sucesso com suas duas faces, positiva e negativa. Se alguém se situa no centro e vê passar tudo ao seu re- dor, sem tomar partido pela parte positiva, ou pela negativa de cada coisa, evita, pois, muitos desenganos, muitos sofrimentos. O erro mais grave na vida é querer ver nada mais que um lado de qualquer questão, um la- do de uma aresta, uma face de uma circunstân- cia, uma face de um objeto qualquer, uma face de um acontecimento. Isto é grave, porque tu- do é duplo. Quando vem a parte negativa, en- tão, sente que lhe cravam punhais no coração. Há que aprender a viver, meus amigos, há que saber viver, se é que queiram ir longe, não co- mo muitos. Porque se vocês veem, unicamen- te, uma face – nada mais – , não veem a antíte- se, a outra face, a fatal, têm que passar por muitos desenganos, por muitos desencantos, por muitos sofrimentos; terminam doentes e, no fim, morrem. A pobre Blavatsky, por exem- plo, mataram-na. Quem a matou? Todos os seus caluniadores e detratores, inimigos secretos e amigos – ou esses que se dizem “ amigos ”. Simplesmente a assassinaram; não com pistolas, 8 8
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy OTI5NjY=